Sou o que faço?
Quando olham para mim, o que costumam levar em conta é mais um ato do que uma pessoa. Só por causa de um único verbo, "escrever", costumam dizer que "sou" várias coisas, a depender do que estou escrevendo.
Quando escrevo para marcas, coisa que venho fazendo há mais de sete anos, me chamam de "redator" e até me pagam por isso. Mais recentemente, quando escrevo interfaces, venho sendo chamado de "UX Writer" também (e costumam até me pagar um pouco mais nesses casos).
Quando escrevi devido aos meus estudos, passaram a me chamar ainda de "mestre em Comunicação", seja lá o que isso queira dizer exatamente.
Quando escrevo poesias, me chamam de "poeta"; quando escrevo contos, livros, artigos e reflexões, me chamam do mais geral "escritor" mesmo. Normalmente com um "de" do lado, no sentido "escritor de alguma coisa": dos tais livros, dos contos, de algum texto esquisito sobre algum tema aleatório...
É divertido ser chamado de tantas coisas diferentes por insistir num ato só.
Mas discordo um pouco de todos esses nomes. Para além do que sou visto sendo a partir dos resíduos do meu verbo de escrita, o que de fato sou seguirá inacessível.